Se nos pusermos à espreita
Dos estafermos mamarrachos;
Encontramos sempre a maleita
Da concorrência aos tachos...
Diferenças, pequenas, por vezes
Onde, pouco de algo se nota,
Porquanto os seus revezes
Porfiam em fazer a troca...
Para nos taparem as mentes
Apenas trocam de gamela;
Abarcam a pia com os dentes
Mandam-nos apertar a fivela...
Embebidos em néctar delicioso
Saboreiam, quão grande prazer!
Um belo tacho misterioso
Que lhes dê pouco que fazer...
De sonhos monetários, malucos
Assaz, olham-nos de sobranceria,
Vão subindo, mesmo aos soluços
Aos cobiçados pilares da soberania...
E, na guerra dos tachos, feroz,
Do assombro a tanta mordomia,
Apenas deixam para nós
A máquina de fazer tosquia...
Assim, naquela chupeta doce
Desses abutres carnívoros,
Tiram, quanto mais não fosse
Ainda o sangue dos vivos...
Que, vergados, quais molas
No desespero, morrendo aos poucos,
Desprezados pelos cartolas
Que ousam fazer ouvidos moucos...
E, combalidos na penumbra
Soçobrantes, esfomeados e pálidos,
Vamos enfiando os pés na tumba
Onde, até se negam os epitáfios...
Porque nesta cavalgada, nojenta
De vampiros e sanguessugas,
Só uma nuvem poeirenta
Vai cobrindo as nossas rugas...
Que, neste mundo nefasto
Sem ética e sem moral,
Há um país, na mó de baixo
Onde existe tanto animal;
Mas todos querem um tacho
É este o nosso Portugal...
2 comentários:
Como estamos em Maio, talvez uma ida a Fátima a pé valesse a pena para pedir um governo que nos tire do buraco!
Nem a propósito, no Domingo vou pedir aos fieis que vou levar até Fátima para rezarem um Padre Vosso e uma Salva por ti e pelo Verde, para que sejam absolvidos do crime do leitão.
Amanhã vou voltar a procurar entrar em contacto relefónico com vós.
Não posso nem devo comentar, porque já estou concentrado na viagem.
Tudo de bom.
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