quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Epitáfios, cheiram a mortos...

Um corcunda:
Não bastara a corcunda que me destes
Para carregar a vida inteira, ó sorte!
Não me perdoas nem sequer após a morte:
Sobre as costas uma pedra me puseste.

Um médico:
Ao Senhor presta louvor, tu que me lês,
Se nas mãos deste médico não foste colocado;
Não lerias a inscrição que agora bem vês,
Se ele, teu médico, continuasse a teu lado.

Um anão:
Este lugar pertence a um anão mui pequeno,
Aqui o deitaram e lhe cantaram a despedida;
Logo que chegou a este repouso tão sereno,
Um verme o engoliu, com uma só mordida.

A linda moça:
Aqui jaz uma moça para sempre perdida,
De todos os seus amores, não há um só eleito,
Capaz de cortejar quem foi tão querida
E com ela deitar-se agora neste leito.








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2 comentários:

Edum@nes disse...

Sem vida com morte
Sem morte com vida
No centro ou no norte
Sem trabalho fica
No Sul sem sorte
Da juventude perdida
Mantida em segredo
Tinha a dívida escondida
O outro governo
A classe desprotegida
Vai para o desemprego
Sem causa despedida
Encontrada no degredo
Sem eira nem beira
Sem sorte na vida!

Amigo Verde desejo uma boa
noite para ti,
Um abraço
Eduardo.

Tintinaine disse...

Bem pensados, não há dúvida!