sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sem luz, sem rumo...



Ó Luz de eterna formosura!
Luz que não foste criatura,
De sol que passe em noite escura,
Pois és divina;
E me criaste, sobre o mundo,
Naquele altíssimo e profundo
Primeiro-olhar, que, num segundo,
Tudo ilumina.
Tu me criaste à semelhança
Do teu espírito, e na esperança
De ir aumentando a etérea herança
Que me trouxeste:
E, sempre, e mais, por onde vim,
Eu brilhe e exulte, até que enfim
Possa encontrar, dentro de mim,
Alvor celeste, assim!
Divina Luz, luz-incriada!
Sei que, por ti, surgi do nada,
Farol da eterna madrugada,
Que me conduz...
Oh minha esperança, oh lua;
Oh que saudade da luz
Melhor que o sol, mais forte,
Opção da escolha tua...
Qual estrela do norte?
Da pura e ingénua claridade,
Que num acto de sorte
Em que se fez jus
Logo se ouviu na eternidade:
«Faça-se a Luz»

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