quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Condenado pelo Tribunal de Portalegre!

GNR premiado fica sem carta por conduzir bêbado.
Um militar do Destacamento de Trânsito da GNR de Portalegre foi ontem condenado em tribunal a três meses e meio sem carta de condução e 70 dias de multa por ter sido apanhado ao volante embriagado. O cabo Paulino, um dos quatro militares premiados com sete dias de férias extras pelo seu desempenho na caça à multa, foi interveniente numa colisão entre a sua viatura e um pesado. Acusou uma taxa de álcool : 1,84 g/l.
Para José Alho, presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda Nacional Republicana (ASPIG), a condenação “é  exemplar”. “O Guardas têm de perceber que não é por terem dias de mérito que estão salvos de tudo”, refere o dirigente.
O advogado de defesa, Fernando Arriaga, referiu ao nosso jornal que só após análise da sentença “será decidido se avançamos para o recurso”. O defensor do militar envolvido no acidente de viação no dia 21 de Dezembro de 2009, cerca das 17h40, na EN 18, junto a Portalegre, diz que a prova do excesso de álcool está baseada em recolha de sangue. “É uma situação ferida de inconstitucionalidade orgânica”, frisa. À margem do julgamento, fontes da GNR confidenciaram o mau estar no corpo do destacamento de Trânsito da GNR de Portalegre causado pelos prémios da caça à multa, noticia avançada em exclusivo pelo CM em Agosto de 2009. A “extraordinária conduta”, evidenciada no primeiro semestre daquele ano, levou o então comandante do grupo tenente-coronel Mário Bagina a assinar a ordem de serviço 152 que premiava quatro cabos com sete dias de licença de mérito
“Outros colegas, que por não evidenciarem tão elevado mérito, até punidos foram”, referiu um Guarda sob anonimato. Facto é que, segundo a mesma fonte, há militares da GNR que em resultado dessas situações estão a receber apoio psicológico. “Já se verificam casos um pouco por todo o País, sobretudo aqueles que não enveredam por atitudes que discordam. Acabam sempre por ser prejudicados profissionalmente”, acrescentou.




Aconteceu em Portalegre
Com o azarado Paulino
A GNR até nem bebe
Mas este é mais ladino

Agraciado com um louvor
Reparem e olhem só
Porque este estupor
Aplicava multas sem dó

Pelo mérito e disciplina
Daquele estóico militar
Até o Comandante Bagina
Acabou por o premiar

Esqueceu-se este patusco
Que na roda desta vida
Aparece no crepúsculo
A sentença devolvida

Em sua defesa o Arriaga
Do azarado Cabo Paulino
Que não acredita na praga
De voltar ao seu destino

Surge aqui o Zé Alho
Dirigente que afirma
Cada macaco no seu galho
Cuidado com o Bagina?

Uma mão dá, outra tira
São assim as mãos do destino
Que se tornaram numa sina
Para o macambúzio Paulino

Daquele mal que se faz
Haverá sempre um revés
Porque a justiça traz
Penas da cabeça aos pés

Poucos acreditam em feitiço
Mas para que a tudo se resista
Para não ser lobo mestiço
Que a pele nunca se vista…

3 comentários:

Valdemar Marinheiro disse...

Estas situações só acontecem porque não falta quem defenda esses fulanos e não surprende os dois pesos e duas medidas.
Quando se luta por vezes não se ganha. Mas quando se não luta perde-se sempre.
Muita força a todos aqueles que primam pela dignidade.

Tintinaine disse...

Esta foi bem apanhada! Não sei onde a foste buscar, pois mais parece anedota que coisa real.
Estava com receio do que irias arranjar para rimar com alho, mas portaste-te bem, sim senhor! Gostei.

Agostinho Teixeira Verde disse...

De facto a ideia era essa
Mas quis respeitar a ética
Que às vezes é controversa
E um pouco maquiavélica