segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Cadeira Vazia... Para Reflectir.

A cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz ficou marcada, este ano, pela ausência forçada do laureado, o chinês Liu Xiaobo, um dissidente político condenado a onze anos de prisão. Em Oslo, a sua cadeira ficou vazia, um pormenor que tornou ainda maior o impacto mediático do acontecimento. Precisamente o contrário daquilo que o Governo de Pequim pretendia.
O regime de Pequim serviu-se de todos os meios diplomáticos para boicotar a cerimónia. Tentou impedir ou dificultar ao máximo o acesso dos seus cidadãos à transmissão do acontecimento, incluindo a que seria feita pela Internet. Manipulou os números relativos à presença dos países convidados, na tentativa de provar que a escolha de Liu Xiaobo não fora bem aceite pela comunidade internacional. Ameaçou e concretizou o cancelamento de acordos económicos com alguns países, a começar logo pela Noruega. Timor, por exemplo, não enviou qualquer representante, para não desagradar a uma superpotência económica de quem pode esperar ajudas importantes. Mesmo assim, e contrariando as contas do governo chinês, a grande maioria dos convidados esteve presente.
É bem conhecida aquela famosa expressão que invoca a paciência chinesa. No entanto, e neste caso concreto, o comportamento do governo de Pequim esteve longe de a justificar, podendo mesmo dizer-se que os seus responsáveis perderam a cabeça. A poucos dias da cerimónia da entrega do histórico galardão, criaram um prémio alternativo, a que chamaram Prémio Confúcio da Paz. Criaram o novo Prémio e, de imediato, escolheram o premiado: um ex-presidente de Taiwan, que se empenhara fortemente na aproximação da ilha rebelde à China comunista. Foi tudo muito rápido, demasiado rápido, acrescente-se, para ter credibilidade.
Nos meses que precederam a abertura dos Jogos Olímpicos, em Agosto de 2008, a China enfrentou um desafio semelhante. A situação no Tibete, e sobretudo o tratamento que o regime reservava ao Dalai Lama, colocaram a China sob uma fortíssima barragem de críticas. Pode dizer-se, no entanto, que os governantes de Pequim venceram o desafio. O êxito e o esplendor dos Jogos superaram todas as críticas.
A China vai sair bastante ferida deste processo, mas tudo indica que, mais uma vez, o regime ultrapasse a crise. Daqui a alguns anos, poucos se lembrarão da cadeira vazia…“A propósito, nas Festas Natalícias e de Ano Novo, ficam também algumas “cadeiras vazias”, porque os seus ocupantes já partiram do convívio dos vivos. É nos momentos de euforia festiva que, nós também sentimos, essa ausência dolorosa, sem que dela possamos fugir, que nos mergulha num silêncio mórbido e nos corrói a alma pela falta dos entes queridos… Mais ainda, porque, são já periclitantes os passos que damos sobre este Paraíso Terreal que, mais dia, menos dia, nos irá devorar…
Sem sombra da mais pequena dúvida, nem o Prémio Nobel da Paz, quer pelo seu valor monetário ou pelo seu laureado, teve ou têm os significados de valor ou importância para este governo chinês, que prefere dar cães a comer ao seu povo do que festejar tão grande galardão atribuído a um membro da sua comunidade.”
Que o Natal e o Novo Ano consiga melhorar as miopias destas gentes! Parece que vêem mal. Seus olhos são em bico; são olhos de chinês…

2 comentários:

Tintinaine disse...

A China e o seu gigantismo vão ser o grande problema do Século XXI.
Se durarmos mais uns 20 anitos ainda vamos assistir a muita convulsão.
A reconquista da Europa pelos árabes (muçulmanos/mouros) e a expansão da China e Índia serão as grandes preocupações do mundo dito ocidental para os próximos anos.
Temos que estar preparados para o que aí vem!

Observador disse...

É perante estas «liberdades» que toda a Europa e não só está de cócoras, perante o poderio económico que têm, pudera no tempo do Salazar também tinhamos os cofres cheios de ouro, e um povo com fome e analfabeto, estes Governates Chineses devem ter vindo cá aprender com o «António da Calçada»
Feliz Natal
Um abraço
Virgilio