quarta-feira, 9 de março de 2011

Nem tudo é mau no Carnaval...

O Carnaval de hoje é muito diferente daquele que se fazia e via no meu tempo de criança e mesmo já com a idade dos vinte anos...
Na aldeia, trocavam-se as vestes fazendo lembrar os "travestis" e arranjavam-se umas meias para tapar a tromba e, agarrados, geralmente a um cajado, procurava-se imitar alguém que era desajeitado ou tosco. Coisas diferentes daquilo que vemos hoje!
O Carnaval moderno, praticamente, deixou de ser Carnaval para dar lugar aos desfiles de carnes humanas e às brutalidades sambolódramas. Sendo assim, aquilo que se esperava duma "careta ou máscara para dificultar o reconhecimento de quem se mascarava, passou ao uso e abuso de mostrar o físico, os papos e as peidas, tornando-se em autênticas caravanas ou cáfilas de camelos e dromedários  que atravessam o deserto da estupidez a caminho da quarta-feira de cinzas.
Porém, nem tudo é mau, porque, vagueando pela Figueira da Foz, domingo 6 de Março em visita a familiares naquela zona, foi-me dado o privilégio de apreciar o desfile "Carnavalesco da Figueira", através duma varanda, beneficiando  duma visão total sobre este espectáculo de Entrudo.
Mais importante que tudo aquilo, foi aperceber-me que, a menos de 50 metros de distância, se encontrava o Páscoa, nosso "Filho da Escola".
Procurei ligar-lhe mas o barulho dos rufos era demasiado forte para ouvir o telemóvel. À terceira tentativa atendeu e, dentro de poucos minutos trocávamos aquele abraço que une todos aqueles que outrora dançaram outro "samba", nas pistas de lodo da Escola de Fuzileiros.
Por isso, nem tudo no Carnaval é mau, enquanto houver amigos para trocar um abraço e matar a saudade dos belos tempos... 
Obrigado, amigo Páscoa!

3 comentários:

Unknown disse...

Ter-me-ia dado imensa alegria se ao acaso por mim passasse caso idêntico!
Mais ainda porque o elemento em causa é daqueles que dá gosto ver, conviver e abraçar, com gana a qualquer hora…!
Bem-haja camaradas.
Com as melhores saudações deste humilde leiriense luso-canadiano.
Leiria

Tintinaine disse...

Há um fuzileiro em cada cidade de Portugal. Basta procurar por ele!

Observador disse...

Os Carnavais que me lembro na minha Juventude eram como dizes, com o respectivo baile á noite, onde apareciam os mais diversos mascarados, com uma meia de Mulher enfiada pela cabeça, alguns já em estado de pré-coma, após emburcarem uns valenrtes copos de vinho,e na Quarta Feira de Cinzas, fazia-se o julgamento da figura que durante o último ano tinha dado mais que falar na Terra, normalmente por maus motivos.
Era assim o Carnaval no passado.
Um abraço
Virgilio