terça-feira, 22 de março de 2011

Descarado e com lata...

Todos nós conhecemos sempre alguém com notáveis capacidades para dar a volta ao texto ou virar o bico ao prego. Muitas vezes ultrapassando mesmo o limite da decência e entrando na zona de fazer dos outros parvos.
São os que nunca têm culpa de nada, que sacodem a água do capote, que atiram a pedra e escondem a mão, enfim, os que são sempre vítimas e nunca responsáveis. Mesmo perante as evidências, têm sempre um argumento final: acreditam mais em mim ou nos vossos olhos mentirosos? Estamos perante os despudorados, cheios de lata e sem vergonha.
Determinação, coragem e certeza do caminho é outra coisa. São inclusive virtudes de carácter. Não desvios. Por vezes, confunde-se teimosia, obsessão e mentira repetida com firmeza e personalidade forte. Mas há uma fronteira entre estes dois comportamentos: é a linha da seriedade intelectual.
O Senhor Primeiro-ministro já passou esta linha há muito tempo. Infelizmente! Está mesmo na fase de se fintar a ele próprio, depois de grandes fintas ao País. Com a mesma cara. Com a mesma lata. É uma overdose de descaramento. Como é possível passar a vida em manobras intelectuais, transformando os seus próprios erros em pérfidos argumentos de defesa? Como é possível transformar a desgraça governativa num espartilho de opções para campanha eleitoral como se nada fosse responsabilidade sua?
É do pretexto que este Primeiro-ministro vive. O pretexto tem sido o lema do seu sinuoso comportamento político. Nada é consistente. Nada é rigoroso como os tempos exigem. Nada é transparente. Toda a governação vai a reboque da sua agenda de circunstância, é o vale-tudo para ultrapassar as suas dificuldades políticas; de pulo em pulo até ao abismo social. É o oportunismo irresponsável em todo o seu esplendor. É o egoísmo político como marca de uma governação fracassada. É este esgotado "agora é que vai ser" de braço dado com o estoirado auto-elogio de "salvador da pátria" que tem sido a música de fundo de um striptease das referências morais e de confiança de que Portugal tanto precisa. Quero crer que chegámos ao fim. O rei vai nu!
Já só não vê quem não quer ver. Já não é habilidade política, é deturpação maníaca da realidade. Daqui para a frente, não é só o descarado compulsivo que tem culpa, somos todos nós se formos na conversa da treta.
"Resume-se o homem numa só palavra: Mentiroso compulsivo! E tantas vezes mente, que acaba por interiorizar que as suas mentiras são de facto verdades. Ou então, padece de alguma doença maníaco-compulsiva."

2 comentários:

Unknown disse...

É isso mesmo, sem tirar nem pôr!
Todos ou praticamente todos os governantes senhores de regimes ditatoriais ou não; são varridos da falta do senso comum.
Como ingénuos pretensiosos e astuciosos diria até, que fazem que não se apercebem do mal que fazem e tentam mudar o sentido da percepção do mal pelo bem…
Vejam um Kadafi que diz à boca cheia que o povo o ama por isso o quer no poder!
Um Hitler, que levou todo o povo do seu país, através dos seus longos e incessantes discursos, fazendo da mentira a verdade e vice-versa, a acreditarem nele, ao ponto de o seguirem cegamente para uma guerra jamais vista no mundo contemporâneo!
Vejam só os demais que, vêm arrastando os seus países para guerras em prol dos seus egos; como loucos varridos que não discernem o bem do mal arrastando almas num verdadeiro sofrimento para um fim derradeiro…!
Sócrates porém só vê como os outros hediondos acima referidos, que nem se apercebe que o seu tempo está gasto, expirado, vencido, acabado e…
Aqui só de (X) meus amigos, o que ontem já era tarde…
Vamo-nos a ele, camaradas.

Tintinaine disse...

Mais algumas horas e já saberemos se o vilão regressa ás serranias da Beira Interior!