quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A Batalha da Sobrevivência



Os mais sábios afirmam que as crises são cíclicas, inevitáveis e servem para pôr à prova o direito real do homem à sobrevivência. Têm, para muitos, o efeito de uma capinadeira de proporções gigantescas, que vai possibilitar o desenvolvimento sadio da planta-mãe da prosperidade.
As turbulências da nova ordem mundial, que têm seu tripé de sustentação na tirania dos mercados, nos interesses ocultos no processo de globalização e na filosofia materialista do neoliberalismo, estão delineando a forma do jogo económico para os próximos anos, onde todos dependem de todos, numa espécie de um imenso carrossel onde o equilíbrio é obtido na sincronização do movimento.
Hoje, países da periferia dos grandes centros de decisão mundial, como todos os da América Latina, devem pagar o preço das loucuras da má gestão financeira de alguns, das estropias políticas de outros e da volatilidade de uma massa de recursos equivalentes a 10 vezes o PIB mundial, que sem rumo fixo, procura apenas o lucro, “duela a quién duela”.
Evidentemente, os mais fracos - países, empresas e pessoas-- são os que pagam a maior parte da conta da ineficiência mundial em formular e adoptar sistemas seguros de convivência económico-financeira.
As Pequenas & Médias Empresas (P&M)  estão pagando uma parte dessa colossal factura, na forma de barreiras para colocar seus produtos nos grandes mercados; na falta de financiamentos adequados às suas características e necessidades; na ganância sem ética dos juros além de qualquer lógica; e na burrice do sistema impositivo.
É um sistema que se alimenta da ineficiência que provoca e que, entre outros males, fulmina a sobrevivência da maioria dos empreendedores
A única alternativa é continuar, enfrentar as crises, que passam a ser entendidas até como um estado natural das coisas, e, sem desanimar, pagar o pedágio inevitável para a sobrevivência, cujo valor é a nossa capacidade de competir.
E, a partir da compreensão da necessidade de participar e ganhar o desafio da competitividade, vista aqui como um conjunto de atributos de excelência empresarial - visão de negócios; informação; especialização; inovação; gestão eficiente; comunicação; diferenciação; marketing; relacionamento; criatividade e lucratividade – as P&M podem crescer com segurança e alcançar um papel de relevância nas guerras dos mercados.
Ou, por outras palavras: se a competitividade é condição “sine-qua-non” para o crescimento das grandes empresas, para as P&M deve ser entendida como uma questão crucial, prioritária e definitivamente necessária. 
Algo assim como: em tempos difíceis, o primeiro mandamento é sobreviver; o segundo, aceitar o desafio da competitividade como uma batalha pessoal a ser vencida; o terceiro, estar atento as oportunidades; o quarto, jamais deixar que o pessimismo obscureça nossa perspectiva da realidade e roube energias preciosas, tão necessárias para atingir o objectivo de vitória. Mas há mais: a competitividade tem como base um estado do espírito do empresário-empreendedor. Algo que podemos definir como a ousadia de querer fazer sempre mais e melhor. (Mignoz)

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