Os mais sábios afirmam que as crises
são cíclicas, inevitáveis e servem para pôr à prova o direito real do homem à
sobrevivência. Têm, para muitos, o efeito de uma capinadeira de proporções
gigantescas, que vai possibilitar o desenvolvimento sadio da planta-mãe da
prosperidade.
As turbulências da nova ordem
mundial, que têm seu tripé de sustentação na tirania dos mercados, nos
interesses ocultos no processo de globalização e na filosofia materialista do
neoliberalismo, estão delineando a forma do jogo económico para os próximos
anos, onde todos dependem de todos, numa espécie de um imenso carrossel onde o
equilíbrio é obtido na sincronização do movimento.
Hoje, países
da periferia dos grandes centros de decisão mundial, como todos os da América
Latina, devem pagar o preço das loucuras da má gestão financeira de alguns, das estropias políticas de outros e da volatilidade de uma massa de recursos
equivalentes a 10 vezes o PIB mundial, que sem rumo fixo, procura apenas o
lucro, “duela a quién duela”.
Evidentemente,
os mais fracos - países, empresas e pessoas-- são os que pagam a maior parte da
conta da ineficiência mundial em formular e adoptar sistemas seguros de
convivência económico-financeira.
As Pequenas
& Médias Empresas (P&M) estão
pagando uma parte dessa colossal factura, na forma de barreiras para colocar
seus produtos nos grandes mercados; na falta de financiamentos adequados às
suas características e necessidades; na ganância sem ética dos juros além de
qualquer lógica; e na burrice do sistema impositivo.
É um sistema
que se alimenta da ineficiência que provoca e que, entre outros males, fulmina
a sobrevivência da maioria dos empreendedores
A única alternativa é continuar,
enfrentar as crises, que passam a ser entendidas até como um estado natural das
coisas, e, sem desanimar, pagar o pedágio inevitável para a sobrevivência, cujo
valor é a nossa capacidade de competir.
E, a partir
da compreensão da necessidade de participar e ganhar o desafio da competitividade,
vista aqui como um conjunto de atributos de excelência empresarial - visão de
negócios; informação; especialização; inovação; gestão eficiente; comunicação;
diferenciação; marketing; relacionamento; criatividade e lucratividade – as
P&M podem crescer com segurança e alcançar um papel de relevância nas
guerras dos mercados.
Ou, por
outras palavras: se a competitividade é condição “sine-qua-non” para o
crescimento das grandes empresas, para as P&M deve ser entendida como uma
questão crucial, prioritária e definitivamente necessária.
Algo assim
como: em tempos difíceis, o primeiro mandamento é sobreviver; o segundo,
aceitar o desafio da competitividade como uma batalha pessoal a ser vencida; o
terceiro, estar atento as oportunidades; o quarto, jamais deixar que o
pessimismo obscureça nossa perspectiva da realidade e roube energias preciosas,
tão necessárias para atingir o objectivo de vitória. Mas há mais: a
competitividade tem como base um estado do espírito do empresário-empreendedor.
Algo que podemos definir como a ousadia de querer fazer sempre mais e melhor. (Mignoz)
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