quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O líquido que sobe à cabeça...



Marvada Pinga

Com a marvada pinga
É que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dou meu taio
Pego no copo e dali nun saio
Ali memo eu bebo
Ali memo eu caio
Só pra carregar é que eu dô trabaio
Oi lá...
Venho da cidade e já venho cantando
Trago um garrafão que venho chupando
Venho pros caminho, venho trupicando,

Xifrando os barranco, venho cambetiando
E no lugar que eu caio já fico roncando
Oi lá...
O marido me disse, ele me falô:

"Largue de bebê, peço por favô"
Prosa de homem nunca dei valô
Bebo com o sor quente pra esfriar o calô
E bebo de noite é prá fazê suadô
Oi lá...
Cada vez que eu caio, caio diferente
Meaço pá trás e caio pá frente,

Caio devagar, caio de repente,

Vô de corrupio, vô deretamente
Mas sendo de pinga, eu caio contente
Oi lá...
Pego o garrafão e já balanceio

Qué pá mor de vê se tá mesmo cheio
Não bebo de vez porque acho feio
No primeiro gorpe chego inté no meio
No segundo trago é que eu desvazeio
Oi lá...
Eu bebo da pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo nos copo, bebo na tijela
E bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo, vai pinga na guela
Oi lá...
Ê marvada pinga!
Eu fui numa festa no Rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me dero pinga pra mim bebê
Já me dero pinga pra mim bebê

E tava sem fervê
Eu bebi demais e fiquei mamada
Eu cai no chão e fiquei deitada
Ai eu fui prá casa de braço dado
Ai de braço dado,

Ai com dois sordado
Ai muito obrigado!

4 comentários:

Tintinaine disse...

Até eu precisava dum trago dessa marvada para me curar esta mardita constipação!

Agostinho Teixeira Verde disse...

Olha, pois então,
Malha na mardita pinga
Para sair a constipação
Com toda a força, pimba, pimba...

Albertino da Costa Veloso disse...

Ah ganda Verde! Poesia "maningue shunguila"... Vou aqui cambareando/Por causa do garrafão/Vou aregre e cantando/Até dar um trambolhão.

Edum@nes disse...

O líquido que sobe à cabeça
Em vez de levantar faz cair
Não há castigo para quem mereça
Aqueles que tentam a Nação destruir.
Continuam no poleiro a cantar
Nos outros a mandar e a sorrir
O povo cada vez mais o cinto apertar
Com tanta austeridade a evoluir
Se esta política não mudar
Tarde ou nunca pagar a divida conseguir!

Boa terça-feira para ti,
amigo Verde.
Um abraço
Eduardo