sábado, 4 de setembro de 2010

Discussões e mais discussões...

Na verdade, seria muito profícuo se pudéssemos evitar grandes discussões em frente de crianças, ao transmitirmos a ideia errada de uma relação perfeita, estamos a retirar-lhes a oportunidade de observarem como as relações se desenvolvem na realidade, com momentos bons e outros menos bons, e de aprender que todos devemos tentar resolver os nossos problemas e as nossas diferenças de uma forma saudável e positiva.
Apesar de não existirem relações perfeitas e de ser normal que um casal nem sempre esteja de acordo e que, por vezes, não consiga evitar uma ou outra discussão, não ajuda ao bem-estar das crianças observarem que os pais estão sempre a discutir.
Por vezes as grandes discussões começam pelas questões mais insignificantes. As tensões do dia-a-dia, os problemas diários que enfrentamos, e a condição de pais que, embora gratificante, por vezes nos deixa exaustos e fazem que seja difícil manter um autocontrolo constante.
Nem todos encaramos e resolvemos os problemas da mesma forma; se uns ficam calmos, outros há que se descontrolam. Bastam essas diferenças de comportamento para que a discussão tenha início.
Quando tal acontece, é porque o casal ainda não aprendeu a aceitar as diferenças um do outro.
É nos momentos mais calmos que se deve reflectir na forma como cada um lida com os problemas que vão surgindo. Se, apesar disso, não conseguirem conter-se daí resultando uma discussão, devem pedir desculpa um ao outro à frente das crianças assim como contar-lhes quando um conflito, que eles testemunharam, foi resolvido – se eles estiveram presentes - no momento em que “fizeram as pazes”. É uma maneira de lhes transmitir uma forma positiva de resolução dos problemas.
Para as crianças, é um factor de segurança poderem observar que, mesmo que os pais nem sempre estejam de acordo, tudo vai ficar bem entre eles.
Há algumas regras práticas a adoptar na iminência de conflitos: resistir à vontade de insultar para impedir que os filhos os imitem; fazer turnos de falar e de ouvir; adiar temporariamente a discussão, se alguém está a perder o controlo; procurar não atribuir culpas; em vez de dar às crianças a ideia de que os problemas são sempre culpa de alguém, dizer “estou a ouvir e a perceber, mas não concordo contigo. Como é que vamos resolver a questão?” Desta forma estão a ensiná-las a respeitar e a ouvir a opinião dos outros mesmo quando não se está de acordo.

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