sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Duas Cartas...

Suponho que, quase todos nós gostamos e vamos guardando apontamentos de coisas que nos chamam a atenção, para depois, podermos dirimir argumentos sobre qualquer tema que desejamos abordar.
Muitas vezes, no decurso agitado da nossa vida, nos surgem acontecimentos surpreendentes. E o que é extraordinário é que nem sempre nos lembramos de que isso possa acontecer, porque almas boas que desconhecemos, que vivem no bulício do mundo ou no silêncio de conventos, oram por nós: pela nossa perseverança no bom caminho ou pela nossa conversão, se dele nos tivermos afastado.
Consultando o meu bloco de gatafunhos, encontrei esta pequena história que passo a descrever, citando duas cartas curiosas:
Álvaro Cunhal, numa conversa com um jornalista, mostrou-lhe uma carta de um piedoso padre da província, preocupado com a salvação eterna daquele dirigente comunista.
Diz assim: “O senhor já tem muita idade, já é muito velho e dentro de pouco tempo comparecerá diante de Deus que o julgará e, se não começar a arrepender-se, será condenado às penas eternas”.
Álvaro Cunhal mostrou também a carta que enviou em resposta ao referido sacerdote: “Vejo, pelo que diz, que já não tenho salvação, e não podendo Vª. Reverência fazer nada pela minha redenção não quero deixar de fazer alguma coisa pela sua. Se, como diz, for sujeito a esse julgamento, não deixarei de dizer a Deus que o senhor me procurou para tentar salvar-me. Isso poderá diminuir o peso dos seus pecados na balança e contribuir para a sua salvação depois da morte”.
Mesmo que muitos não procurem Deus, nos caminhos de alguns põe-se esta interrogação: Existirá Deus?
Muita gente faz a sua entrega generosa a uma acção missionária, rezando pelos que acreditaram mas apagaram a sua fé, pelos que ainda não encontraram o Deus de Jesus Cristo, pelos que acreditam e amam o Divino Salvador.
E só Deus sabe o resultado desta acção apostólica de oração e sacrifício, como Santa Teresa de Lisieux, padroeira das Missões sem sair do seu convento de carmelita.
Tudo bem quando acaba bem…mas olhando a muitos julgamentos que não respeitam a dignidade humana como, por exemplo, o da Casa Pia e outros, Deus não vai precisar de testemunhas, nem de advogados, nem de representantes do Ministério Público. Apenas e só, contarão os passos e fases da vida terrestre de cada um, cujos apontamentos se revelarão nos livros próprios, criados para o efeito do Divino Tribunal. Aqui, não haverá dinheiro em jogo nem outros argumentos que deturpem a verdade…


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