segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Os Jogos Olímpicos - Desportos precisavam da bênção dos deuses...

As cores do símbolo dos Jogos Olímpicos têm o seguinte significado:
Azul: Europa; Amarelo: Ásia; Preto: África; Verde: América; Vermelho: Oceânia.

Na antiga Grécia, o ideal do desporto era correr, pular e arremessar “mais rápido, mais alto, mais forte e mais longe”, para que um belo corpo fosse tão importante como uma mente brilhante – mente sã em corpo são, como diriam os latinos (“mens sana in corpore sano”).
N Grécia clássica, durante os jogos, proclamava-se uma trégua sagrada, que concedia uma espécie se salvo-conduto aos viajantes a caminho de Olímpia. Não se ia a Olímpia apenas para os jogos, mas para um festival religioso. Apesar do espírito de competição, o festival olímpico era uma ocasião religiosa, onde o centro de tudo era o grande templo de Zeus. Em frente da estátua de Zeus, coberta de ouro, cada atleta tinha que fazer um sacrifício e orar antes do começo das competições.
Os jogos antigos seriam reeditados, em 1896, na cidade de Atenas, por iniciativa do educador francês Pierre Frédy, barão de Coubertin (1863-1937). Convocou, em 1894, uma reunião com delegados de nove países, expondo o seu plano de reviver os torneios que tinham sido interrompidos há 15 séculos.
O ideal olímpico representado pela velha máxima: “O importante não é vencer, é participar”, foi defendido pela primeira vez, em 1908, pelo bispo da Pensilvânia, durante um sermão aos atletas que disputariam as Olimpíadas de Londres. Desde então, vingou o desejo de os participantes nos jogos Olímpicos sentirem-se unidos na amizade e na competição como os atletas das cidades-estado da antiga Grécia, que faziam tréguas nas suas desavenças.
Por esse motivo lutou o ex-presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch. Morreu há pouco tempo com 89 anos de idade e foi sepultado em Barcelona, onde o cardeal Lluís Martínez Sistach o elogiou por ter vivido com “espírito desportivo”.
Bento XXVI também exaltou a “destacada personalidade” de Samaranch, que tanto contribuiu, olimpicamente, para a “concórdia dos povos”.
“Verdadeiro barcelonês e catalão universal” foi também o modo como o caracterizou o cardeal de Barcelona, sublinhando que a sua vida foi “uma corrida de obstáculos, uma série de desafios, que ele enfrentou e venceu, por mais alta que fosse a fasquia”. Desejou, ao jeito de S. Paulo, que o justo juiz, no final da sua corrida, “não o desclassifique, mas lhe conceda uma coroa incorruptível”, tão sólida como um medalha de ouro.
Todos os desportos, olímpicos ou não, precisam de dedicações exemplares como as de Samaranch, para que praticantes e adeptos não desmereçam da ética desportiva e salvem saudavelmente o corpo e a alma.
Os desportos hoje, infelizmente, revelam défice ético, desmerecendo da cultura lúdica, indispensável para o desenvolvimento integral e solitário das pessoas. As competições raramente são tão saudáveis como na Grécia antiga, onde os desportistas prometiam aos deuses que se comportariam pacificamente como pessoas de bem.

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