quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Portugal é um país rico em costumes e tradições!

De Norte a Sul de Portugal são muitos os símbolos representativos dos usos, dos costumes e das tradições do país. Da música ao folclore, passando pelo artesanato e pela gastronomia, Portugal é um país culturalmente rico que tem no fado, no galo de Barcelos, no fandango, no cante alentejano, nos corridinhos, doces e licores algarvios algumas das suas imagens de marca, reconhecidas ao nível nacional e internacional. Há muito mais por dizer sobre todas as províncias, incluindo a Madeira e Açores, mas vou descrever algo para se ficar a saber mais um pouco sobre algumas delas:
O fado – Acompanhado à viola e à guitarra portuguesas, o fado é normalmente cantado a uma só voz, sendo a manifestação cultural portuguesa por excelência. Durante muitos anos foi essencialmente castiço ou tradicional, mas graças a Amália Rodrigues, o chamado fado moderno tornou-se conhecido em todo o mundo.
Considerado por muitos como uma canção nostálgica e triste, que consegue emocionar mesmo quem não percebe uma palavra em português, o fado assume hoje facetas, contando histórias divertidas e até irónicas.
Recentemente, a Câmara Municipal de Lisboa e o Ministério da Cultura apresentaram junto da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) a candidatura do fado a património cultural imaterial da Humanidade.
O galo de Barcelos – Imagem de marca de uma região, o galo de Barcelos é um símbolo do nosso país, tendo figurado, por exemplo, na colecção de produtos portugueses que recentemente esteve em destaque na loja do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMa). Reza a lenda que os habitantes de Barcelos andavam preocupados com um crime, do qual ainda não se sabia o culpado. Apareceu por ali um galego, que se tornou imediatamente suspeito. As autoridades prenderam-no e, apesar de este jurar estar inocente, acabou por ser condenado à forca. Antes de ser enforcado, o homem pediu que o levassem à presença do juiz que tinha proferido a sentença, que se deleitava com um banquete, e reafirmou a sua inocência. Perante a incredulidade dos presentes, o homem apontou para um galo assado que se encontrava no centro da mesa e exclamou: “É tão certo estar inocente, como certo será esse galo cantar quando me enforcarem”, o que provocou uma gargalhada geral. Porém, no momento em que o peregrino estava para ser enforcado, o galo ergueu-se na mesa e cantou, o que impediu o estrangulamento de um inocente.
O fandango – Originário da Galiza, o fandango é desde sempre uma das danças mais divulgadas do folclore ribatejano, assumindo expressões musicais e coreográficas diferentes de região para região. “A norte do rio Tejo a mulher tomava parte activa na dança, enquanto que a sul, na região da lezíria, o fandango era uma dança de despique entre dois campinos, que numa sucessão de passos, fruto de inspiração momentânea, tentavam atrair a atenção das mulheres, numa manifestação de destreza e de virilidade”.
Hoje o fandango subsiste como uma das bases do reportório dos grupos de folclore ribatejanos, no respeito pelas pesquisas etnográficas que, durante o Festival Internacional de Folclore, que decorrerá em Santarém entre os dias 1 e 6 de Setembro, apresentará durante o festival vários ateliês de fandango abertos ao público.
O cante alentejano – “O cante alentejano não é mais do que o sentimento de um povo que transmite a cantar tudo o que lhe vai na alma”, descrevendo uma das mais emblemáticas manifestações culturais do nosso país. De melodia nostálgica e inspiração popular o cante alentejano retrata de uma forma muito particular a realidade do dia-a-dia no Alentejo, nomeadamente o trabalho nos campos e a desertificação. “Actualmente existem em Portugal cerca de 120 grupos de cante alentejano”, sendo a maior parte composta por homens, embora já existam alguns grupos femininos e até mistos, mas para que a tradição se mantenha é urgente cativar as novas gerações para o cante alentejano, uma vez que os grupos que existem estão bastante envelhecidos.
Corridinhos de concertinas, doces e licores algarvios – Conhecido essencialmente pelas suas praias mais temperadas do país, o Algarve é também uma região atractiva dada a variedade de doces tradicionais que tem para oferecer. Feitos maioritariamente à base de amêndoas, figos e alfarrobas, os doces algarvios há muito que conquistaram os portugueses e os estrangeiros, que raramente conseguem resistir aos bolinhos de massapão e amêndoa, aos queijos de figo e aos Dom Rodrigos, que podem ser acompanhados com o tradicional licor de medronho ou com outro dos licores típicos da região.
Os bailinhos das regiões autónomas dos Açores e Madeira e a sua gastronomia
– São fundamentalmente autênticos cartões-de-visita para quem se dirige a estas pérolas atlânticas. São os dançares um belo atractivo que, acompanhados dos requintes de vinhos e gastronomia regional, contribuem para o bem-estar dos seus habitantes e de todos aqueles que se aventuram por aquelas paragens, nomeadamente estrangeiros que fomentam o turismo que é a base principal do seu rendimento económico.
Fica, naturalmente, muito por dizer sobre o nosso Portugal e a suas tradições regionais. Isto foi apenas uma pequena demonstração daquilo que temos, neste canteiro à beira mar, cuja riqueza é de incalculável valor.
Haja quem saiba explorar os grandes recursos e louvem-se as extraordinárias forças e dinâmicas de quem, até hoje, se propôs fazê-lo para bem dos portugueses, dos estrangeiros que nos visitam e de toda a humanidade.

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