segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A falta de coragem de quem nos governa...mal!

Começamos o novo ano cansados, frustrados e angustiados, e coma a clara sensação de que a procissão ainda vai no adro. O ano está quase acabar, os andores continuam com os mesmos santos, os membros das irmandades mudam de opas novas e os que ladeiam o pálio têm lugar garantido para futuras procissões. Os que levam as lanternas ou archotes, mais não podem do que contemplá-los já murchos, quase apagados, sentindo uma dose de repugnância, porque o seu tacho pode findar por ali.
O padroeiro, orago ou patrono desta mártir e paupérrima “aldeola”, lá continua empoleirado no andor principal com uma orla doirada, rodeando-lhe a cabeça, fazendo brilhar a tez da sua face com os reflexos do sol do Outono. Toca a Fanfarra, depois a Banda Filarmónica e por fim os Zés Pereiras troando nos seus bombos para encobrir a miséria dos fiéis que dobram o joelho, cheios de fome para louvarem, não o Santíssimo Sacramento, mas para venerarem os pantomineiros e patifórios deste país anacrónico e bancarrotenho que, já nem migalhas consegue ter para os primeiros pardais.
O que mais agrava tudo isto é que não sabemos o que nos espera, porque os nossos governantes e afins nos tratam como dementes. Julgam que achamos normal que, por um lado, nos vão dando as más notícias aos bocadinhos, anunciando cortes e impostos às pinguinhas, de preferência com factos já consumados, e por outro lado, sejam incapazes de nos apresentar uma estratégia coerente de combate ao problema, com a coesão que se espera de pessoas responsáveis face a uma crise como a que atravessamos. Acham-nos imbecis ao ponto de não darmos pela incapacidade que revelam de executar as decisões tomadas, como um chefe que grita e ameaça mas depois cede na primeira curva, traindo aqueles que o levaram a sério e ao colo!?
A solução final para a questão das SCUT’s é um desses insultos à inteligência. Dizem-nos que o País está nas lonas e é preciso dinheiro, porque, senão vamos todos para a bancarrota.
Garantem, em discursos inflamados de vigarice, que é preciso aumentar impostos, custe a quem custar. Mas depois, perante um caso concreto, como o das portagens, inventam mil saídas à boa maneira de chico-espertos: claro que é para pagarem todos sem excepção, tirando evidentemente aqueles que têm uma casa aqui, uma loja acolá, o filho numa escola e por aí adiante. Mas então, perguntamos surpreendidos, não precisávamos de fazer sacrifícios, não faria mais sentido que pague quem usa e quando usa, do que pagarmos todos com os nossos impostos, os tais que, além do mais, são precisos para fazer face à dívida? Precisamos, claro, mas os nossos governantes têm medo dos autarcas, dos buzinões e das eleições que podem chegar a qualquer momento. Ah, então a dívida? Fica esta resposta crua e nua: isso, amanhã, logo se verá…

4 comentários:

Filipe disse...

Mon Ami, todos nos que ausentamos o Pais sabemos que mesmo antes da crise de 2008 Portugal estava de rastos, que nao produz sequer para pagar os juros da divida.

A arrogancia da malta interna nao os deixam ver audelà do nariz.Eles pensam que vivem num Pais onde tudo cai do céu e até que os patroes sao obrigados a pagar salàrios astronomicos sem terem contrepartida.A produtividade é uma palavra que nao existe no dicionàrio (quero dizer no pensamento dos que sao pagos para produzir).Pensoes,reformas e salàrios dos funcionàrios é tudo graças ao fiado.

Deves de saber que Portugal paga intérets a 14% e a França a 2.5% .Quando nos aqui dizemos que tudo vai mal,os portugueses continuam a fazer bilharetes.

Nao vou fazer amigos falando assim, mas digo: viver no virtuel, nao é viver!
Filipe

Observador disse...

Há um ditado que diz: cada Povo tem o que merece, será que não se aplica também a nós Portugueses? será que não merecemos os Governantes, Presidentes,Presidentes de Câmaras e de Juntas que temos? não somos nós que os lá colocamos sistemáticamente? veja-se o presente caso dos candidatos a Presidente da Republica, segundo as sondagens, o candidato Dr. Fernando Nobre terá á volta de 5% dos votos, um Homem que dedicou toda a sua vida a servir os outros por esse Mundo fora, então não estaremos mesmo a pedir que coloquem no poder os menos capazes?
Claro que quando estou a falar em «nós» não me refiro a todos, mas lá que uma boa parte merece o que se está a passar, não duvido.
Um abraço
Virgilio

Anónimo disse...

Amigo Agostinho,

Dizes que para conhecer as actividades passadas de Manuel Alegre, à que consultar a net.

Eu consultei o blog de Manuel Alegre e li àvidamente uma boa parte de seu conteudo e aconselho a o lerem!

Nem tudo que se conta é verdade e o melhor é ir directo à pessoa "concernée" e foi o que eu fiz e creio que vou colabolar na campanha,
Um abraço

Agostinho Teixeira Verde disse...

Nunca o Manuel Alegre iria pôr no seu Blogue coisas contra si mesmo. Deverá pois, o meu amigo, consultar mais elementos sobre os assuntos em questão. A história deste senhor, como se reza e algumas partes dela que eu conheço é, de facto, muito controversa. Temos de chegar a um consenso: pague cada um pôr aquilo que fez e assuma a responsabilidade dos actos bons ou maus que porventura praticou. Um abraço amigo!